Uma escola com qualidade resulta também do comprometimento dos pais.

Quando os pais não estão satisfeitos, é melhor falar com o professor, informar-se sobre o filho, estabelecer parceria e pedir orientação. O estudo é um direito, não é uma coisa pela qual devemos nos omitir.

Professores não podem ser desvalorizados por falhas que não são suas.

Pais são retaguarda do filho. Quando desvalorizam o professor e dizem: “Também… é escola pública!” – demonstram seu descaso com o ensino de seu filho em uma escola que julga não lhe ensinar. Que interesse o filho terá em estudar ali se já sai de casa considerando o ensino inútil?

Professores oferecem o que eles têm de melhor, mesmo quando mal remunerado. Ensinam porque gostam de ensinar, porque gostam de estimular o pensamento, porque o sorriso dá criança lhe diz muito. Reconhecem a importância de seu papel e sentem alegria com o desenvolvimento de cada aluno.

Ao professor, cabe encontrar o potencial do aluno, que pode estar bloqueado por muitos motivos. Descobrir por onde seguir não é fácil, até porque os pais – quando têm problemas – descarregam suas ansiedades na criança e repassam o que é de sua responsabilidade para o professor. O professor não é a solução da família, ele é solução no aprendizado do aluno.

Pressão

Há situações que dependem da instituição. Minha vivência registra pressão de pais para aprovação de alunos que mentiam, não se responsabilizavam por suas tarefas, que desrespeitavam os colegas e não faziam suas atividades para serem avaliados. Copiavam, colavam, faltavam à escola, os pais não justificavam as suas faltas, eram omissos com a escola, não participavam das reuniões de pais, mas sabiam exigir dos professores. Das vezes em que não aceitei a pressão, tive meu contrato encerrado. E a instituição deu um jeitinho e aprovou os alunos.

Eu? Continuei dormindo tranquila. A ética não me permite esse tipo de negociação.

A confiança

Quando os pais não confiam na escola, troquem de instituição, reclamem com a direção, se preciso unam-se a outros pais e exijam de outro modo. Secretárias de Educação existem para resolver problemas que não cabem à direção da escola.

Mas não exijam do professor aquilo que é de sua responsabilidade: respeito, comprometimento com as tarefas, paciência e escuta, e respeitar a individualidade da criança.

O ensino sem ética e respeito ao professor, com alunos a exigirem aulas como querem que sejam, com baixa exigência, conhecimento sem trabalho intelectual formará um profissional? Esses alunos terão condições de decidir sobre a sua própria vida?

A hierarquia tem o um papel importante na vida de todos e isso se aprende em casa, respeitando os pais, os avos. Um aluno vai à escola para aprender. Ele não pode e nem deve comandar a aula. Assim como um réu não escolhe seu juiz e nem comanda uma audiência.

Hierarquia importa. Respeito aos que sabem mais também. O professor merece o respeito e é autoridade na sala de aula. O trabalho do aluno é estudar. No futuro, quando adulto, irá agradecer.

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Marilice Costi é escritora, poeta, contista. Especialista em Arteterapia e Capacitada em Neuropsicologia da Arte, é graduada em Arquitetura e mestre em Arquitetura pela UFRGS. Publicações: livros e artigos. Foi editora da revista O Cuidador.
 
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