pandemia covid-19 - 500 mil mortos no BRASIL
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Recentemente, li no Facebook:

“Sou uma péssima mãe, nem desfraldar a minha filha eu consigo. Sou um fracasso.”

Essa frase é comum entre mães de crianças com deficiência.

Mas por que tantas mães se sentem culpadas pelas dificuldades dos filhos?

🕰️ Um pouco de história

Desde a Idade Média até depois da Revolução Francesa, o cuidado infantil era delegado às amas-de-leite e asilos. As mães da pequena burguesia francesa, preocupadas com aparência e status social, evitavam cuidar diretamente dos filhos. Já as operárias, mesmo contratando amas, buscavam seus filhos após o trabalho. Muitas crianças eram negligenciadas, e a morte infantil era frequente.

Com o tempo, o Estado passou a valorizar economicamente as crianças, e a Igreja começou a culpar as mães pelo abandono. Filósofos como Rousseau e Voltaire reforçaram essa ideia. Foi acomo nasceu uma cultura de culpa materna que persiste até hoje.

⚖️ Culpa não é responsabilidade

A partir daí, a responsabilidade materna passou a vir acompanhada de culpa. Mesmo se dedicando, muitas mães se sentem incapazes. A culpa está impregnada no inconsciente coletivo e é facilmente acionada, especialmente quando há deficiência envolvida.

Ser responsável não é ser culpada. A responsabilidade nos fortalece; a culpa nos adoece.

🧠 Cuidado com os gatilhos

Profissionais e familiares, muitas vezes sem perceber, reforçam essa culpa. Como têm “autoridade”, suas palavras pesam. E nós, como “apenas mães”, vestimos essa culpa sem questionar.

Nos encontros familiares, é comum ouvir críticas disfarçadas de preocupação. Não aceite. Você está tentando fazer o melhor!

🚼 Sobre o desfralde

Para a mãe preocupada com o desfralde: respire. Apoie sua filha, confie nela e estimule com leveza. Retire as fraldas durante o dia, preferencialmente no verão. Se houver “acidentes”, reaja com bom humor. À noite, mantenha a fralda para garantir o sono tranquilo.

Tente várias vezes. Quando ela acordar sequinha, comemore! Pegue-a no colo, leve ao banheiro ou tenha um penico por perto. Ajude-a com carinho.

👩‍👦 Minha experiência

Meu filho autista, hoje adulto, demorou para controlar a urina. Ele escondia o colchão molhado, e eu fingia não perceber. Lavava com água e vinagre e seguia aa vida. Eu não reclamava. Forrei o colchão com plástico e dizia a mim mesma: “Logo ele vai conseguir.” Mas foi só aos 10 anos, com ajuda de medicação prescrita por um neuropsiquiatra, ele finalmente controlou a enurese. Depois, o medicamento foi suspenso e nunca mais houve recaídas.

🌱 Minhas dicas

  • Pegue sua culpa e o desconforto da criança, amarre-os e jogue fora.
  • Use essa energia para buscar soluções com fé.
  • Cada filho é único. Respeite o tempo de maturidade dos órgãos.
  • Evite comparações.
  • Reduza líquidos à noite.
  • Celebre cada avanço e envolva o pai.
  • Não aceite que a culpem. Você está fazendo o melhor que pode.

Se quiser, posso transformar esse texto em um post para redes sociais ou um artigo mais enxuto para blog. Quer que eu faça isso?

 

Informe suas dificuldades para que possa auxiliá-la.  Conte comigo! Comente logo abaixo e compartilhe. Há outras pesssoas que precisam ler. Vamos repassar.

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Marilice Costi é mãe e avó, escritora e poeta, docente de Pós-graduação. Especialista em Arteterapia e Capacitada em Neuropsicologia da Arte. Graduada em Arquitetura e Urbanismo, e Mestre em Arquitetura pela UFRGS. Atende on-line e em atelier. Seus livros estão na Loja Virtual e em diversos sites.

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Marilice Costi é escritora, poeta, contista. Especialista em Arteterapia e Capacitada em Neuropsicologia da Arte, é graduada em Arquitetura e mestre em Arquitetura pela UFRGS. Publicações: livros e artigos. Foi editora da revista O Cuidador.
 
Nos COMENTÁRIOS abaixo, deixe sua opinião. Lembre-se de enviar a outros pais, professores e outros cuidadores. Agradeço.

Respostas de 8

  1. Muito bom!!!
    A reflexão importante é que, secularmente, mulheres aprenderam a se sentir culpadas…
    Se o casamento fracassa, se os filhos não se enquandram na “caixinha”, se o estupro acontece, se não querem casar, ou não querem ser mães. E nós aceitamos e acreditamos nisso.
    A mudança só acontecerá quando nós mudarmos…quando não mais aceitarmos o que não é nosso e nos posicionarmos com firmeza, conscientes da nossa realidade, de quem somos, libertas de preconceitos e crenças cômodas para um mundo que ainda pensa como a dois mil anos atrás.
    Afinal…até quando…?

    1. Simone de Beauvoir afirma que as mulheres têm seus direitos violados com muita frequência e precisam estar permanentemente alertas e lutando por eles.
      “Não solte a minha mão!” – nosso caminho.
      Obrigada por comentar. Bj

  2. Nada como ouvir e aprender com quem ja caminhou essa estrada.
    Sabemos que cada um é um, mas as dicas e troca de experiências são valiosas.
    Gratidão por tao belo e esclarecedor texto!

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