A falta de bordas sociais resulta de falhas na educação, na civilidade. É importante que se aprenda os limites de cada um, até aonde vai a nossa própria liberdade.
A ausência das bordas causa insegurança, vazios, desorientação. Tudo o que não quero para mim, não desejo aos outros. Se desejo tudo para mim e nada a meu vizinho, a relação que se estabelece não é de boa convivência.
Se desejo o que o vizinho tem, se o meu desejo está no outro é porque o meu desejo pessoal não está resolvido. Crescer, descobrir-se, conhecer-se são ações que se estabelecem no limite dos corpos, no respeito às mentes.
Respeitar não é aceitar incontestavelmente. Respeitar é dar o direito ao meu vizinho de ser o que ele é. É dar-se o direito de ser o que se é, com a liberdade de ser também. Se é para ele, também para mim, e vice-versa.
Um vizinho, como dizem, é o parente mais próximo, a quem devemos respeito e gentileza, não por um regulamento social, mas porque ambos somos seres humanos. Simples assim.
Quando damos espaço a sentimentos que espalham o que desconstrói, o que machuca, o que violenta, o que desrespeita, estamos criando um lugar de trincheira, apontamos armas, disparamos sem saber nada de quem está lá. Estamos apenas do lado que nos coagiu a pegar as armas. Algo nos tocou profundamente e nem sabemos bem o porquê. O porquê acatamos um desejo de ser através de alguém, e não através de si mesmo, do próprio eu.
Falsos líderes, manipuladores por interesses próprios, são aqueles que nos usam como acessórios e nos descartam assim que sirvamos mais. Eles não se importam com humanidade, eles são usurpadores de nosso pensamento para que sigamos suas instruções.
Manipuladores de sentimentos, utilizam qualquer motivo para nos sensibilizar através do medo, da raiva e de incertezas. Quando perdemos a confiança em um país, saímos dos trilhos que nos permitem construir avanços. Manipuladores querem nossos trens em seus trilhos a moverem os seus interesses pessoais ou de um grupo.
Tenho me lembrado da Caixa de Pandora, da Mitologia que muito nos diz dos dias atuais. Tenho a sensação que alguém destampou a caixa negra do mundo.
A Mitologia nos ensina a construir futuros, nos ensina também, no caso da Caixa de Pandora, a compreender sentimentos universais.
Que perigo corremos ao abrir uma caixa como aquela?
Na revista O Cuidador, a jornalista Renata Novaes-Bueno escreveu sobre este mito – Pandora. Leia através do link abaixo.
Acesse aqui uma de suas matérias – R. Novaes-Bueno aqui.
Renata lançava luz na linguagem. Uma querida amiga há mais de 30 anos, ela atuou como Conselheira Editorial da revista O Cuidador.