2020 Compreenda a letra do Samba-enredo da MANGUEIRA

Introdução: A força poética do samba-enredo

O samba-enredo da Estação Primeira de Mangueira em 2020 é mais do que uma composição musical: é uma narrativa histórica, um manifesto poético e uma homenagem aos personagens esquecidos pela história oficial.

No vídeo abaixo, a professora de Português propõe uma leitura que valoriza o conteúdo simbólico e literário dessa obra.

A letra como documento histórico

As letras das músicas dos nossos sambas-enredos são parte da história do Brasil, homenageiam pessoas importantes à comunidade, temas de nossa cultura e que importam aos brasileiros.

A Mangueira trouxe à avenida figuras que não costumam aparecer nos livros escolares.

O samba fala de heróis negros, indígenas e populares, que resistiram e construíram o Brasil real. Essa abordagem transforma o desfile em um ato de memória e justiça.

Leitura crítica e interpretação

Cada verso carrega significados profundos. A escolha das palavras, os nomes citados e os contextos históricos revelam uma intenção clara: provocar reflexão. O samba não apenas nos emociona, mas também educa, questiona e convida à ação.

A musicalidade que emociona

Além da letra, a melodia reforça a mensagem. O ritmo envolvente e os arranjos potentes criam uma atmosfera de celebração e resistência.

É impossível ouvir sem sentir o impacto da mensagem.

💬 Convite à reflexão

Este texto é um convite para que você, leitor, vá além da superfície. Leia, ouça, comente. Compartilhar impressões é uma forma de manter viva a memória cultural e fortalecer nossa identidade.

 Samba-enredo:

A Verdade Vos Fará Livre – Composição: Luiz Carlos Máximo / Manu da Cuíca

Senhor, tenha piedade
Olhai para a terra
Veja quanta maldade
Senhor, tenha piedade
Olhai para a terra
Veja quanta maldade

Mangueira

Samba, teu samba é uma reza

Pela força que ele tem

Mangueira

Vão te inventar mil pecados

Mas eu estou do seu lado

E do lado do samba também (bis)

Eu sou da Estação Primeira de Nazaré

Rosto negro, sangue índio, corpo de mulher

Moleque pelintra no buraco quente

Meu nome é Jesus da Gente

Nasci de peito aberto, de punho cerrado

Meu pai carpinteiro, desempregado

Minha mãe é Maria das Dores Brasil

Enxugo o suor de quem desce e sobe ladeira

Me encontro no amor que não encontra fronteira

Procura por mim nas fileiras contra a opressão

E no olhar da porta-bandeira pro seu pavilhão

E no olhar da porta-bandeira pro seu pavilhão

Eu tô que tô dependurado

Em cordéis e corcovados

Mas será que todo povo entendeu o meu recado?

Porque, de novo, cravejaram o meu corpo

Os profetas da intolerância

Sem saber que a esperança

Brilha mais na escuridão

Favela, pega a visão

Não tem futuro sem partilha

Nem messias de arma na mão

Favela, pega a visão

Eu faço fé na minha gente

Que é semente do seu chão

Do céu deu pra ouvir

O desabafo sincopado da cidade

Quarei tambor, da cruz fiz esplendor

E ressurgi no cordão da liberdade

Mangueira

Samba, teu samba é uma reza

Pela força que ele tem

Mangueira

Vão te inventar mil pecados

Mas eu estou do seu lado

E do lado do samba também (bis)

Eu sou da Estação Primeira de Nazaré

Rosto negro, sangue índio, corpo de mulher

Moleque pelintra no buraco quente

Meu nome é Jesus da Gente

Nasci de peito aberto, de punho cerrado

Meu pai carpinteiro, desempregado

Minha mãe é Maria das Dores Brasil

Enxugo o suor de quem desce e sobe ladeira

Me encontro no amor que não encontra fronteira

Procura por mim nas fileiras contra a opressão

E no olhar da porta-bandeira pro seu pavilhão

E no olhar da porta-bandeira pro seu pavilhão

Eu tô que tô dependurado

Em cordéis e corcovados

Mas será que todo povo entendeu o meu recado?

Porque, de novo, cravejaram o meu corpo

Os profetas da intolerância

Sem saber que a esperança

Brilha mais na escuridão

Favela, pega a visão

Não tem futuro sem partilha

Nem messias de arma na mão


Favela, pega a visão

Eu faço fé na minha gente

Que é semente do seu chão

Do céu deu pra ouvir

O desabafo sincopado da cidade

Quarei tambor, da cruz fiz esplendor

E ressurgi do cordão da liberdade

Mangueira
Samba, teu samba é uma reza
Pela força que ele tem
Mangueira
Vão te inventar mil pecados
Mas eu estou do seu lado
E do lado do samba também (bis)

_______

Bom carnaval a todos!

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Marilice Costi é escritora, poeta, contista. Especialista em Arteterapia e Capacitada em Neuropsicologia da Arte, é graduada em Arquitetura e mestre em Arquitetura pela UFRGS. Publicações: livros e artigos. Foi editora da revista O Cuidador.
 
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