Um amigo me pediu que participasse de um sarau e fui buscar poemas em meus livros. Em meu segundo livro de poesia, na página 11, um deles me tocou. Foi escrito em 1992, mas parecia que eu recém escrevera.
Tão atual… Isso é possível?
Não foram poucos os que tentaram mudar minhas opiniões, meu modo de pensar e ser nos últimos anos. Deixar as razões pelas quais cheguei aqui e me sinto inteira em meu caminho? Há muitos riscos.
Desprender-se de nosso âmago e penetrar na escuridão é um processo destruidor e pode não ter volta. Ir contra nossos princípios nos adoece, nos enfraquece, nos enlouquece.
Foi muito bom lembrar que há mais de 30 anos eu já tinha algo em mim a reconhecer e que me dava a certeza de que não poderia nunca deixar para trás aquilo em que me tornara!
Hoje, percebo que mudaram os tempos e continuo a mesma. Sou a amiga de sempre, a mãe de sempre, a pessoa que eu gosto de ser e como me reconheço.
Se você leu até aqui, nunca deixe de ser e fazer o que lhe faz feliz, e lhe dê bem-estar. É o que o Bem nos faz.
Feliz Ano Novo! Façamos o Bem!
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Abaixo, o poema de 1992:
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HISTÓRIA INCORRUPTÍVEL
Marilice Costi
escreva suas histórias, alguém disse
e escrevi a minha
onde a presença do mal
é pressão diária
de tentativas de corromper
as profundas relações do meu ser
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COSTI, Marilice. Clichês Domésticos. Porto Alegre: Movimento,1993. p. 11.