esbaforidos desejos em tempo de viver

a antimortandade em escondido compreender

sentido na vontade de correr pras malas

e não conter as asas de voo e de prazer

lavado olhar escorre em ressecado tempo

mistérios de interiores em mapas astrais

agrega aroma em conto enluarado

nas arcas sementeiras de edelvais

ao encontrar e atiçar receios

sutil é a forma de esculpir as artes

tormenta revolvendo o próprio espelho

e lábios memoriais que se repartem

há valsas de acordar cidades invisíveis

e a vez de um tempo a descontar ausências

acordes fervilhando em peles vivas

compõem em mãos centelhas de desenhos

nos temporais em vozes emendadas

no andar da noite em vendaval lamento

é abrir-fechar de portas lapidadas

comum esforço em longo experimento

em ondas de amor tinto estão os barcos

que alinham rotas em portais de espera

em tanto entardecer poesia pura

aonde os lagos que carregam velas?

PoA, set. 2008.     

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corações
Marilice Costi é escritora, poeta, contista. Especialista em Arteterapia e Capacitada em Neuropsicologia da Arte, é graduada em Arquitetura e mestre em Arquitetura pela UFRGS. Publicações: livros e artigos. Foi editora da revista O Cuidador.
 
Nos COMENTÁRIOS abaixo, deixe sua opinião. Lembre-se de enviar a outros pais, professores e outros cuidadores. Agradeço.

Uma resposta

  1. MARILICE, TU MÚLTIPLA, ACABAS DE ME SURPREENDER COM TUA PENA DE ESCRITORA, DE POETA (“MULHER PONTO INICIAL”, ‘RESSURGIMENTO”), E COM TUA PENA DO HUMANO PADECENTE, QUE CONHECI ATRAVÉS DE TEU DEPOIMENTO NO LIVRO “COMO CONTROLAR OS LOBOS?”
    PARABÉNS à MULHER E à ARTISTA!

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