Os cuidadores familiares que entendem que é normal ter emoções negativas não se sentem culpados ao reconhecê-las. Ao aceitarem e expressarem esses sentimentos, será possível lidar melhor com eles. Ao compartilhar suas experiências com pessoas próximas e outros cuidadores, sem reprimir as próprias emoções, será mais fácil lidar com os desafios do cuidado.
Os Sentimentos Mais Comuns
Reconhecer nossos sentimentos é o primeiro passo para controlá-los. Entre os sentimentos mais frequentes dos cuidadores familiares estão: aborrecimento, tristeza e culpa.
Aborrecimento
Entenda que comportamentos irritantes da pessoa idosa podem ser consequência da doença, não de uma intenção de aborrecer quem a cuida.
- Lembre-se que o incômodo vem do comportamento em si, não da pessoa como um todo.
- Tente adotar estratégias para reduzir a frequência ou o impacto desses comportamentos.
- Converse com pessoas que vivem situações semelhantes. Compartilhar experiências faz bem.
- Reconheça quando estiver aborrecido e aceite esse direito.
- Procure expressar frustrações e preocupações de forma controlada. Evite acumular emoções negativas para não explodir em raiva.
Tristeza
É comum sentir tristeza ao perceber a perda de capacidades da pessoa idosa, a mudança na relação ou a ausência de apoio. Outros fatores como cansaço e conflitos pessoais também podem aumentar esse sentimento. Caso sinta tristeza com frequência, algumas atitudes podem ajudar:
- Identifique situações que causam tristeza. Se possível, evite-as ou tente modificá-las.
- Mantenha atividades que proporcionem prazer, como ler, conversar, passear ou ouvir música. A atividade combate a depressão.
- Não exija mais do que é possível de si mesmo. Estabeleça metas realistas.
- Encare um problema por vez e, se necessário, divida-o em pequenas etapas.
- Procure enxergar aspectos positivos das situações ao seu redor.
- Pratique exercícios físicos, de preferência ao ar livre, para benefícios físicos e mentais.
Culpa
Sentir culpa é frequente entre cuidadores familiares, especialmente para quem se cobra muito e tenta atender a todas as necessidades do idoso. Outros motivos para a culpa podem ser:
- Lembranças de atitudes ou comportamentos do passado em relação ao idoso.
- Pensar ser responsável pela doença da pessoa cuidada.
- Desejar, em algum momento, que a pessoa idosa morra, por compaixão ou cansaço.
- Sentir irritação diante de comportamentos repetitivos ou agressivos do idoso.
- Desentendimentos com outros familiares ou descuido de outras obrigações por causa do cuidado.
- Considerar a internação da pessoa idosa como uma escolha difícil, relacionada ao bem-estar de ambos.
- Aceitar seus sentimentos como normais a quem cuida e compartilhá-los com pessoas de confiança analisando as causas e admitindo suas próprias limitações. Se precisar, procure uma terapia. A arteterapia também é um importante auxílio no alívio dos sentimentos negativos e no reconhecimento dos bons.
Estratégias: dicas ao cuidador familiar
As emoções positivas proporcionam bem-estar; as emoções negativas prejudicam a saúde emocional e os sentimentos negativos são normais. Reconhecê-los, aceitá-los e aprender um modo de controlá-los é importante.
Evite os sentimentos de culpa, tais como: “deveria fazer mais”, “deveria ter mais paciência”, “não posso sentir raiva”. Esses sentimentos são aumentam a carga emocional negativa.
Reserve um tempo para si mesmo, avalie seus sentimentos com um profissional ou com alguém que confie. A sociedade espera que o cuidador seja sempre altruísta, especialmente se for uma mulher. Culpá-la é secular.
Manter o bom humor é uma boa pedida, seja mais condescendente com você!
Reserve tempo para si mesmo. Na vida, existem deveres e direitos. Lembre-se que um saco vazio não para em pé! Equilibre os direitos e deveres do cuidador: você também merece o cuidado e o respeito.
Bibliografia complementar
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Manual do cuidador da pessoa idosa
Cuando las Personas Mayores necessitan Ayuda – Guía para cuidadores y familiares
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Respostas de 3
Marilice apresenta um texto muito interessante sobre cuidadores de idosos, de leitura fácil, que chega a ser didático e agradável. A reflexão sobre o tema é uma consequência lógica e adequada.
Muito pertinentes e importantes as ponderações de Marilice Costi, sobre o trabalho de cuidadores/as, um verdadeiro sacerdócio. Que requer muitas qualidades para bem exercer esse trabalho. Qual seja: dedicação, paciência e muito amor.
Muito bom o artigo, muito realista!