Você quer ser escritor? A leitura é fundamental para ampliar o seu vocabulário. Leia e entenda o significado das palavras, dicionários são nossos bons amigos. Inicie com os clássicos, reconheça seus estilos, a história de vida do autor. Neste mundo, nada se cria? Só se copia? E se eu criar algo novo, diferente do que já li? Todos encontram o seu próprio estilo de escrita ao conhecer outros escritores e escrever um bocado.

Escolha o gênero literário que mais gosta e aprofunde-se na técnica do autor. Qual seu vocabulário, época, questões culturais, tema. E sente-se depois para escrever algo seu. Relembre seus estudos escolares, a sua língua pátria, a clareza, as concordâncias… o uso das partículas nas frases, significados. Aos poucos, exercitando a escrita é que se descobre a importância de cada palavra e o sentido que se quer dar. Escrever não é o mesmo que falar.

Qual a matéria prima do escritor?

Para mim, a matéria prima de um escritor é a sua humanidade, a capacidade de se colocar no lugar dos outros, de pintar a cena com palavras, de trabalhar muito para remover o desnecessário e dar clareza. É suor e lágrimas, revisão em cima de revisão. Escapa uma palavra errada, a pontuação inadequada, o sentido exato e conduzir um leitor através da sua escrita é o fluxo, o caminho que direciona o leitor, o que considero fundamental.

Admiro os autores que descrevem e relatam as pessoas com suas alegrias e suas dores, que não tem receio de penetrar nos conflitos submersos e que nos possibilitam compreender e descobrir o que ocorre atrás das cortinas de nossos olhos. Sempre há algo ou alguém que deseje fechá-las. Procure ver além do evidente, a sombra, o medo, a incerteza. Os caminhos passam sempre por ali.

Se queres ser universal, escreva sobre a sua aldeia.
Leon Tolstoi

Tempo de plantar e tempo de colher

Sempre é tempo de iniciar uma trajetória, todas exigem tempo e dedicação. Nenhuma realização pessoal vem de graça.

Para iniciar, alimente-se de palavras. Uma bibliotecária, um escritor, um professor de literatura, um amigo leitor podem lhe auxiliar para que penetre no reino das palavras. Escolha o título que lhe seduz.

A literatura nos torna mais humanos, empáticos e solidários. Ela nos constrói, amplia a percepção nos conflitos e na vida social, amplia possibilidades para compreender as questões da humanidade. Estamos inseridos em um mundo cada vez mais complexo e com problemas de comunicação ampliados. Apesar de tantos celulares e redes sociais que poderiam nos unir, elas parecem demonstrar às mentes humanas que há um novo veículo de desinformação. Agora amplificado, muitas vezes banal e inadequado. Há pesquisas sobre o cérebro e os estímulos neuronais através do celular. Prefira o livro.

Para ser Escritor

Seguidamente, a Rosa dos Ventos me desvia do norte. “Na literatura e nas artes, o norte é frequentemente utilizado como uma metáfora para a busca de identidade e autoconhecimento. Autores e artistas têm explorado a ideia de “norte” como um caminho a ser seguido em jornadas pessoais, refletindo a luta interna de cada indivíduo para encontrar seu lugar no mundo.

Minha aldeia é um território onde construo amizades, riqueza imprescindível para minha sobrevivência. Meus amigos conhecem a minha alma, dão o colo e promovem meu alívio, me ajudam a refletir. Minha Pátria me contém comcsentimento de pertença, topofilia, lugar de sobrevivência.

É esta a minha aldeia, a que possuo com esses seres insubstituíves e a sociedade onde nos inserimos. É este caldo cultural, econômico e social, fundidos nos comportamentos e sentimentos humanos, o material de quem escreve. A percepção de um escritor é transformada e se torna um objeto que carrega um pouco de sua humanidade.

A voz de quem me conhece com falhas e valores e que, mesmo assim, me quer bem, é o remédio para meus males de escritora da vida e do cuidado. Reveladores contumazes de verdades, os amigos têm a capacidade de aceitar nossas mal traçadas linhas, ampliar possibilidades de solução, compreender nossos desejos e nossas lutas. Encontro sempre o meu norte no regaço de suas palavras.

Sobre o Escritor e seus temas

Um autor me importa quando carrega a humanidade, demonstra os sentimentos humanos – universais, refletindo o inconsciente coletivo. Diferente do olhar de censura e desrespeito que circula, a boa literatura nos constrói. é através dela que podemos compreender as atitudes e do que um homem é capaz.

Em conflitos armados, compreendemos a dimensão humana. A vida e a morte, os territórios destruídos, os civis que sofrem, as migrações que ocorrem, a morte de inocentes. O amor ou o ódio, a tristeza ou a alegria, a construção ou a destruição, o poder dos mais fortes. Um tema atual que me entristece muito. Um bom escritor observa, compreende e registra, conta histórias, cria personagens. Eu tento entregar o que considero verdades às quais gostaria de perceber menos, porque a mentira camuflada de verdade me faz sofrer.

Quando as palavras de um escritor me transportam para o seu univeso criador, sigo sem incertezas. O livro vai me construir. O modo de contar a história precisa conectar-me à fruição. A profundidade humana de um personagem com qualidades e defeitos me seduz, me leva ao espelho e refletirá alguém que mora em mim.

O escritor e seu existir

Guerras nos trazem os sentimentos humanos de poder e de escravidão, de muitas perdas. Ocorrem mudanças sociais importantes e econômicas. Esses ciclos de construção e destruição ocorrem há séculos e envolvem o sofrimento através de muitas gerações. As indústrias de armamentos querem vender, as terras com minérios, petróleo, recursos naturais, são disputadas. Foi por isso que selecionei um autor norte-americano de valor universal. Ernest Hemingway foi correspondente de guerra, escreveu sobre os conflitos humanos, relações entre dominador e dominado. Sua literatura mereceu prêmios importantes. Leia mais abaixo.

Ernest Hemingway, além de seus romances, nos deixou orientações para ser escritor. Escolhi a primeira delas abaixo. Espero que goste, comente abaixo o que achou. Confira e aguarde as próximas.

Dica 1


Escrever bem é escrever sinceramente. Se um homem está escrevendo uma estória, será verdadeiro e sincero em proporção à soma de conhecimentos da vida que ele possui […]. Se ele não souber como muitas pessoas agem e pensam, como se processam os seus pensamentos e ações, a sua boa estrela poderá poupá-lo por algum tempo ou talvez possa escrever estórias da carochinha. Mas se continuar escrevendo sobre aquilo que não conhece, acabará por descobrir que não passa de uma fraude, de uma mistificação.

Ernest Miller Hemingway

Ernest Miller Hemingway foi um escritor norte-americano. Trabalhou como correspondente de guerra em Madrid durante a Guerra Civil Espanhola. Sua experiência inspirou uma de suas maiores obras: Por Quem os Sinos Dobram. Ao fim da Segunda Guerra Mundial, se instalou em Cuba. Em 1953, ganhou o Prêmio Pulitzer de Ficção e, em 1954, ganhou o prêmio Nobel de Literatura por seu último livro, O Velho e o Mar. Viveu entre 1899 e 1961. (Wikipédia, em 27 de setembro de 2024).

Onde encontrar os clássicos

Livros cujos autores faleceram há 70 anos são encontrados em sites do Estado, no MECDomínio Público sem custos em pdf. Livros impressos para empréstimos estão em bibliotecas públicas, de escolas e nas casas de amigos, que podem emprestar também. Sebos também vendem a preços baixos.


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Marilice Costi é escritora, poeta, contista. Especialista em Arteterapia e Capacitada em Neuropsicologia da Arte, é graduada em Arquitetura e mestre em Arquitetura pela UFRGS. Publicações: livros e artigos. Foi editora da revista O Cuidador.
 
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