Marilice Costi
Calados? No miolo do desrespeito, impunes?
É vermelho, o nascimento
Somos todos verde-amarelo.
O barro é o que nos soterra.
Estou a desconhecer minha pertença?
É fogo? Acampamentos? Romper ou irromper?
Há clima interno que me rasga.
Em noites em busca eterna de abraços
há mulheres mortas porque habemus força?
Não mais Esquadrão da Morte!
Nem mães sem filhos desaparecidos
há violência ao redor que urgem mudanças
Onde estás, cavaleiro da esperança?
Gentes das Diretas Já, quando arrefeceu? Quanto?
Para onde segue o país?
O maniqueísmo criando pernas mais adentrará os corpos.
As palavras opostas rompem humanidades
em redes que emudecem as almas
Há fogo! Sempre há fogo na inquisição do silêncio
a abrigar a escuridão de ensandecidos
na surdina das noite dos escândalos.
E nós? Cuidadores? Ainda vulneráveis sem voz?
Mães. Pais. Avós?
Ainda há DOI-CODI procurando estradas
entre vazios de panelas e choques nas calçadas
crianças procuram pais e mães
mulheres geram corpos nos abusos,
corpos esgarçados, pendurais,
paus-de-arara vicejam e aguardam rondas
desequilíbrio, negro diário de sangue nacional
Um pé de guerra em corpos enganados
de irmãos entrincheirados
mais que irmãos, ainda irmãos
filhos de mesma pátria?
A onda sempre a tentar
não engana o anticorrupto
mesmo em parlamento
que não irmana.
Somos Mariana!
Somos Marielle!
Somos Maria!
Somos voz.
Somos muitos, muitas a procurarem
crianças dentro e longe
queremos Canaã!
Vidas não existem para serem ceifadas!
____Copyright@Marilice Costi_2016.04.12 – rev 2020 – rev 2024 – Imagem: Arquivo pessoal.
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