Marilice Costi_2019

No meio da manada, sou mais um?


No meio do furacão, sou lucidez

No meio da queimada, sou incapaz

No meio da indigestão, sou movimento

No meio de nós, procuro abraços, colos, regaços


No meio do abraço, sou nova estrada

No meio do óleo, sou inútil

No meio da agressão, negação

Nego e nego e nego

No meio da dor, sou abrigo

No meio do barulho, alieno

No meio do silêncio, bem no meio

Nomeio pessoas, sou encontro e vida

No meio da vida, sou comunidade

No meio do povo, sou soma

Nunca arbitrariedade

No meio da pobreza, sou solidária

No meio do auxílio, sou grata

No meio do trânsito, gentileza

No meio do universo, sou nada

No meio do nada, sou energia

No meio do caminho, tinha uma pedra

No meio, tinha

No meio do caminho, uma ponte

No meio da ponte, meio caminho andado


O tempo tem tanto tempo quanto tempo o tempo tem

Não solte a minha mão, não solte a sua mão, me agarre

Prossigamos

Hei de encontrar lugar

comum de dois, de mais dois, de mais de dois...

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da Antologia Digital da Poesia Gaúcha – TRENSURB

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corações
Marilice Costi é escritora, poeta, contista. Especialista em Arteterapia e Capacitada em Neuropsicologia da Arte, é graduada em Arquitetura e mestre em Arquitetura pela UFRGS. Publicações: livros e artigos. Foi editora da revista O Cuidador.
 
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Uma resposta

  1. Encontraremos lugar no mundo, nós todos que nos sentimos por vezes inúteis ou incapazes diante de grandes problemas, apenas unidos poderemos seguir nosso caminho e construir “pontes “. Um abraço!

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