Sandra Radin

 

Iniciei a leitura do livro “A Velha Sábia e eu” com curiosidade. O que me diria Sandra Radin através da atmosfera feminina?
Logo, o livro foi me envolvendo e penetrei – na luz e na sombra – do universo da mulher em busca do equilíbrio.

Caminhadas para o autoconhecimento, esconderijos e sua importância, companhia das mulheres e um tanto de colo necessário para ter forças para seguir adiante.

Tudo rebateu em mim inclusive a aceitação das etapas de vida como parte do crescimento.

A autora nos fala da linha tênue que se desfaz a cada segundo entre o tempo oportuno e o dinheiro, através dos deuses da mitologia, Cronos e Kairós.
Mais adiante, traz a preparação para Kairós no quanto o tempo de cuidados são fundamentais.
Enquanto culpas e dores atrapalham, como seguir a vida? No entanto, sem elas, não aprendemos e nem reconhecemos em nós e nos outros os muitos valores humanos, não desenvolvemos a empatia, não aprendemos o perdão, que traz a leveza e uma vida mais feliz.
Lembrando o poder dos quatro elementos, será através de conteúdos simbólicos que reintegra através da dança – expressão do corpo feminino, auxílio na união do corpo com o pensamento, na ampliação da percepção em todos os sentidos.
A cada capítulo, encontram-se cuidados para unir e integrar pedaços femininos, enquanto vai desobstruindo e dando voz aos pedidos do corpo.
Encontros tristes tiram a energia, adoecem as mulheres, enquanto o resgate, o centramento e os bons encontros potencializam sua existência.
Percebo aqui a “cereja do bolo”: o valor dos amigos na vida das mulheres, na nossa vida, na minha vida.
A autora revela suas dores, desde que recebeu o diagnóstico de câncer de mama, marco de início a um processo interno profundo, o que faz de forma leve e construtiva.
Através do simbolismo do corpo feminino, ela acolhe a sua desconstrução e compartilha suas descobertas com o leitor ao vivenciar o tratamento, que todas sabemos não ser nada fácil.
A Velha Sábia, presente nos capítulos do livro, quem pegou essa mulher pela mão, foi quem lhe mostrou seus caminhos percorridos, acompanhou-a na jornada e acolheu seus sentimentos até um encontro com a sua mãe. É quando o livro a encaminha para tornar-se acolhedora de outras mulheres, cada uma com sua história de dor sobre violência, lesbianismo, rejeição familiar. Agora são as suas “colegas” que tem voz, que serão cuidadas na última Roda de Cura.
Ao terminar a leitura, meu sentimento foi de gratidão por receber essas palavras estimulantes ao autoconhecimento, penetrar nessa doação repleta de sensibilidade e de ensinamentos, reforçando o poder criativo de mulher selvagem.

________________Contatos da autora

SANDRA E. RADIN

@sandra.radin.3

e-mail: radinser@hotmail.com

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MARILICE COSTI é escritora, especialista em Arteterapia e Mestre em Arquitetura. Recebeu: Prêmio Trajetórias Culturais Mestra Griô Sirley Amaro (2021); Prêmio Brasil Criativo (2014) – Finalista Mídias impressas revista “O Cuidador”, SP; Prêmio Açorianos – Livro de Poesia (2009). Autora de diversos livros e editora da O Cuidador. Encontre clicando aqui e saiba mais.

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Marilice Costi é escritora, poeta, contista. Especialista em Arteterapia e Capacitada em Neuropsicologia da Arte, é graduada em Arquitetura e mestre em Arquitetura pela UFRGS. Publicações: livros e artigos. Foi editora da revista O Cuidador.
 
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Uma resposta

  1. Bela resenha que reforça a necessidade de discussão dos problemas inerentes ao gênero e as formas de entendê-los e superá-los de forma leve e suave… Exige sabedoria.
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