Empatia & Conforto: o toque humano no cuidado com idosos

Recém abrira a porta do elevador para descer quando vi minha vizinha sendo puxada pelo seu cuidador. Ela não queria sair do seu apartamento. Vestia uma blusa leve e reclamava do frio.

O cuidador vestia macacão de mangas curtas, um homem forte. Ele insistia: A senhora precisa sair um pouco. Não está frio, está quente!

Ao ouvir o diálogo entre os dois, não pude me conter e me meti.

– Coloque um casaco na minha amiga! Ela está mesmo sentindo frio. Nós, mulheres, temos desconforto com a temperatura de apenas 2 ºC abaixo da temperatura que sentes conforto. Se é confortável aos 21ºC para ti, ela só estará confortável com 23ºC ou mais. O metabolismo de um idoso é lento. Ela sente frio de verdade.

A percepção térmica é uma das mais sensíveis aos idosos. É importante acreditar em sua palavra ou expressão corporal. Um cuidador deve saber que, quando se sente frio e se é idoso, o desconforto é muito maior. Podem ocorrer contraturas e até uma parada cardíaca, pegar uma gripe. Um idoso não deve passar frio.

Mais tarde, relatei o ocorrido ao filho de minha vizinha e não vi mais uma cena como aquela.

*

É preciso que os cuidadores tenham conhecimento sobre as questões térmicas. Mãos frias? Corpo gelando… Bolsa de água quente, cobertas, vestuário, um chá quente, luvas. É preciso agir rápido para evitar a hipotermia.

Gostou? Compartilhe:

Marilice Costi é escritora, poeta, contista. Especialista em Arteterapia e Capacitada em Neuropsicologia da Arte, é graduada em Arquitetura e mestre em Arquitetura pela UFRGS. Publicações: livros e artigos. Foi editora da revista O Cuidador.
 
Nos COMENTÁRIOS abaixo, deixe sua opinião. Lembre-se de enviar a outros pais, professores e outros cuidadores. Agradeço.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Conteúdo Relacionado