Descrição
Neste livro, Marilice Costi expõe as entranhas de sua vida familiar para relatar o impacto na família desde o nascimento de um filho com deficiências e transtornos, seus relacionamentos e necessidades junto com seus três irmãos.
De 1970 até a década de 90, Claudinho, como é chamado no livro, recebeu atendimento na rede particular de ponta de saúde de Porto Alegre, a partir de então, por dificuldades econômicas, seguiu pelo SUS.
Marilice relata os problemas do filho, de mãe e filho, de família e filho, da (in)operância de ambos os sistemas de saúde e demonstra como o olhar da mãe é fundamental, o que pouco é considerado pelos profissionais.
Demonstra a sua incompetência para cuidar dele, o quanto todos se amam e como o sofrimento é familiar. Traz a sua luta pela qualidade de vida de todos, as decisões ou ações para a segurança: curatela, vasectomia, internações etc.
O livro, escrito com cuidados literários, segue até a fase adulta do filho, quando ele se envolveu com drogas.
Com o objetivo de esclarecer a sociedade acerca das dificuldades que familiares e portadores de transtornos mentais passam, a autora provoca o questionamento sobre o tema título do livro: como proteger nossos filhos sem que os prendamos em casa – o que caracterizaria cárcere privado – e sem que, liberando-os para o convívio citadino, não os percamos para sempre.
Durante todo o registro desse manuscrito escrito em um atraso de viagem, a mãe relata como o grupo familiar se sustentou, até que…
ISBN: 85-7497-085-9
Marilice Costi –
Recebido de (a) Eliene M. do Nascimento
Escrevo para informar recebimento do livro e agradecimento pela oportunidade de reflexão sobre tema tão humano e delicado. Fiquei ainda mais feliz de ver o registro do carinho da autora, em forma de dedicatória: pessoa linda! Aliás, vocês todos que se esmeram nesse trabalho de cuidar são especiais: meu abraço e meu até logo!
Gi Santos –
Há pelo menos 3 anos, eu não conseguia ler.
Minha mente hiperativada passava dezenas de vezes sobre os textos e a informação simplesmente não entrava.
Quando peguei esse livro para ler qual não foi minha surpresa ao perceber que li todinho numa vez só.
Não parei nem para beber água.
Fiquei bastante impactada com a quantidade de semelhanças que nossas histórias (e nossos filhos, até certo ponto) têm.
Foi reconfortante me ver identificada nas palavras de outra vivência.
Grata pela partilha enriquecedora.
🙏🏼🙏🏼🙏🏼
Myriam Vigeras Muñoz – 2019 –
Li este livro e adorei. Era 2005. Foi assim que te conheci, Marilice.
Bjs
Myriam Vigeras Muñoz – 2019
Verônica Loss –
Oi Marilice
Entre ontem e hoje li o teu livro “Como controlar os lobos”. Minha amiga Lisiane Licht me presenteou com ele. Tive uma grande identificação com a tua história… Moro na fronteira, mas acabo de chegar de Porto Alegre, onde o meu filho de 24 anos tá internado no São Pedro… Gostaria de saber como comprar mais um exemplar do teu livro. Acho importantíssimo que o pai dele, que mora em Porto Alegre, também leia.
Muito Obrigada.
16/05/2015 – Rivera
Mãe Anônima por solicitação –
Marilice
Só ontem consegui ler “Como controlar os lobos?” que desde 2001 estava na minha prateleira. Sabia o que me aguardava…
E li de uma vez só, não pude parar. Fiquei emocionada e te admirando muito! Nunca pensei que a tua vida tivesse sido tão difícil. Que mulher corajosa és!
Fiquei pensando em como a maioria das pessoas pensa que tem problemas, quando na verdade, são coisas simples de resolver. Melhor do que isto, coisas possíveis de resolver! Relembrei os problemas que enfrentei com meu filho mais velho, mas há uma diferença fundamental entre o meu problema e o teu: meu filho poderia curar-se.
Por sorte, frequentei durante um ano, semanalmente, as reuniões abertas do grupo de AA que ele participava. Ali, pude ver que existiam situações infinitamente mais dolorosas do que a minha. Não sei se sabes do que eu estou falando. Passei momentos terríveis a partir de 2000, quando precisei internar meu filho mais velho (então com 24 anos) por dependência de maconha e álcool. Nem banho mais tomava… Ficou na clínica vinte e oito dias.
O problema vinha se arrastando por uns 4 anos, mas ele não queria ajuda. Não morava comigo, e não permitia que eu me aproximasse. Já desintoxicado e em abstinência, durante 2001 e parte de 2002, esteve na mão de uma médica psiquiatra muito conceituada na época, mas totalmente irresponsável. Ela medicava meu filho com lítio, sem ter feito sequer um exame de sangue durante este período, o que é obrigatório. Além disto ministrava mais uma série de medicamentos de tarja preta, desnecessariamente. Fez um diagnóstico de bipolaridade com meu filho internado e “fora do ar”!
No final de 2001, receitou um remédio chamado Topamax, que o deixou violento, quebrando coisas em casa. Mas, por sorte nunca nos agrediu. Só que, naquela ocasião eu ainda não sabia que a causa de violência era o remédio. Quando fui discutir com ela o tratamento, fui informada de que seria necessário um antipsicótico. E não discutimos o tratamento…
Em janeiro de 2002, a situação em casa estava insustentável. Telefonei para ela, tentando marcar uma hora para discutir o tratamento e fui informada, por telefone, que o meu filho estava retardado! E que eu não me preocupasse, porque havia muitos retardados no Brasil e ele poderia ser office-boy!
Não preciso te explicar como me senti…
Resumindo: reagi e consegui, seis meses depois, com muita luta, tirar o meu filho das garras dela. Alguns amigos pensaram que eu estava maluca (a médica era considerada uma sumidade no assunto), mesmo assim me ajudaram. Depois soube que, em janeiro de 2003, ela foi convidada a se retirar da Clínica Pinel e do Hospital de Clínicas, mas até hoje não sei o porquê. Não fui procurar a razão. Infelizmente, hoje ela ocupa um cargo público relacionado a drogas.
Felizmente, hoje, meu filho está casado, vai ser pai, terminou sua graduação e faz doutorado! Depois de se libertar da dependência da tal médica, fez tratamento com um psiquiatra maravilhoso e teve alta.
Pensei muito no teu sofrimento por não ter a esperança da cura.
Recebe o meu carinho e o meu muito obrigada por tudo que me ensinaste.
Beijo.
2008
Sueli Caramello Uliano –
Oi, Marilice:
Gostei muito do seu relato e li praticamente de uma só vez. Achei de tirar o fôlego, muito expressivo e, no entanto, muito pouco sentimental, ou, mesmo, nada sentimental. Vê-se que você se policiou nesse sentido, conforme o seu objetivo: não pretendia fazer ninguém chorar, muito menos que tivessem pena da sua situação. Seu objetivo era conscientizar as pessoas de que alguns precisam de um atendimento especial e, por que não dizer, de serem defendidos dos que se aproveitam da situação, em vários níveis.
Fiquei pensando que todos nós lutamos contra os lobos, mesmo em relação aos nossos filhos sadios, não é mesmo? Mas no caso de um filho mais débil, como a coisa se complica, meu Deus! Como as pessoas são insensíveis, frias, desumanas.
Também impressiona saber que a sua luta não terminou, não é um fato do passado, e, sim, uma situação com a qual você continua convivendo.
Espero que esteja tudo sobre controle neste momento, que o Claudinho esteja amparado e a família toda vivendo num nível de dificuldade como outras famílias, na sua luta diária. São votos sinceros.
Quero, afinal, parabenizá-la pela coragem de expor momentos tão pessoais, difíceis, sofridos sem sombra de dúvida, mantendo o equilíbrio, sem
cair em revoltas, sentimentalismo, desânimo.
Já comentei com amigos e sempre que possível recomendarei a leitura. É uma grande contribuição para a sociedade tornar-se mais humana. Também gostei de saber, pela sua biografia, que tem mais trabalhos publicados, ganhou concursos de poesia… Olha, difícil imaginar como você conseguiu tudo isso enfrentando tantos problemas com o seu filho.
Admirável.
Grande abraço.
Sueli Caramello Uliano
– 2005 fev – São Paulo
Martha Medeiros –
Querida Marilice,
Antes tarde do que nunca: li, de uma sentada só, “Como controlar os lobos?”. Uma leitura comovente e perturbadora, faz a gente se envergonhar das nossas queixas rotineiras, tão ínfimas, tão sem sentido. Te cumprimento pela bravura, pela paciência e pela generosidade de ter compartilhado tua história conosco, leitores.
Desejo a ti e à tua família um Natal tranquilo e um 2003 animador!
Um beijo carinhoso,
Martha Medeiros
– 13/12/2002
Luiz Coronel –
Da primeira a última página a emoção pauta e a delicadeza conduz. E, acima de tudo, a contundência da sinceridade. Muitos, e não poucos, conquistam o domínio de forma, e através dele, executa um balé literário. Marilice arranha a memória. Conta sua história, padecimento, experiência, vida, como quem se olha no espelho ao amanhecer. Não está pedindo aplausos. Está fitando a cara austera do tempo. Ela revira o chão da infância, fauna e flora lhe cortejam, mas a vida, com sua sombra e luz, tonteiam.
Neste livro, a relação mãe e filho enfermo vai longe. Dá vontade de abandonar o livro, mas volta-se a ele, pois é convocação de vida. Roteiro de cinema, especial, tenha o caminho que tiver, eis um livro de contundente honestidade. E se isso não bastasse, a sabedoria de se contar sem deixar vestígios de mazelas.
Se sentir um amargo na boca, não proteste. A vida é assim, e mente quem apenas falar de mel e flores. E é do padecimento que se colhe a grande criação.
Um abraço.
25/06/2001
Luiza L –
Acabo de ler este livro e o fiz de uma sentada, porque não conseguia interromper. É tocante a sua história e nos remete a experiências similares em nossa família. Acredito que tenha recebido muitas histórias a partir deste livro. Eu me lembrei do livro “O Demônio do Meio-dia” do Andrew Solomon – uma anatomia da depressão, Ed. Objetiva, 2002. Não sei se você já leu, mas ele é escritor e jornalista da revista Times e este livro teve início numa reportagem, onde recebeu milhares de cartas e passou a entrevistar pessoas e se dedicou ao tema da depressão. Ele ganhou o prêmio de melhor livro naquele ano, nos Estados Unidos.
Bem, eu venho de uma família grande e um dos meus irmãos teve uma depressão que durou 15 anos. Vivemos nesses anos com essa sombra, a iminência da cena temida, que se concretizou no suicídio, apesar de todos os recursos que tínhamos disponíveis terem sido utilizados. Isso aconteceu há 20 anos atrás e há uma aura de silêncio em torno deste acontecimento. Raramente tocamos neste ponto, doloroso e repleto de perguntas sem respostas. Este irmão tinha suas esquisitices desde pequeno, mas o demônio do meio-dia se apresentou após algumas perdas importantes. Penso que em algum momento podemos perder o compasso da vida, e muitas vezes nos sentimos tão próximos disso e a vida fica suspensa por um tênue fio, à deriva.
Minha infância foi marcada por alguns suicídios, pois nasci numa pequena cidade do interior de Minas, onde se fica sabendo de tudo e desde então busco descobrir as causas do sofrimento humano. Desde pequena me desiludi com as religiões e foquei na ciência em busca de respostas. Hoje, estamos assistindo a integração entre ciência e espiritualidade e quem sabe as respostas estão aí. As neurociências confirmando as percepções das tradições espirituais. A filosofia indiana traz a questão da atemporalidade e parece que as grandes angústias humanas estão na ilusão da temporalidade.
Enfim, aqui estamos, fazendo a nossa parte, fazendo o melhor que podemos.
Obrigada pelo seu presente,
com carinho,
Celi Maria Costi Ribeiro –
Celi Maria Costi Ribeiro:
Um verdadeiro e emocionante depoimento sobre a relação de uma mãe com seu filho com necessidades especiais, as dificuldades, esperanças e frustrações diante de um mundo sem futuro que não vislumbra que esses filhos são amorosos, que também sonham com uma vida mais cuidada e mais feliz.
Gilmara Maria Vicente Imbroisi –
Uma narrativa inspiradora e maravilhosa, a autora nos convida a mergulhar nessa história de vida que tem tanto a nos ensinar. Recomendo a todas as pessoas, mas principalmente para aquelas que têm filho com problemas psiquiátricos ou que tem alguma deficiência que exige o cuidado permanente. Recomendo às pessoas que se sobrecarregam por não saberem delegar, por não terem com quem contar ou que, por qualquer outro motivo, estão exaustas.
Para mim, a mensagem mais importante do livro é o quanto a preciosa autonomia é algo a ser refletida constantemente para que de fato aconteça, ainda que não seja plena e integral, mas está valendo… E isso realmente não é fácil, por isso a voz de Marilice se faz tão importante para quem se sente sozinho ou perdido… Ela não traz a receita pronta, mas uma coragem inspiradora.
A imagem que me veio ao escrever essa recomendação foi a de uma embarcação num mar revolto à noite e, na escuridão, o tripulante avista um farol: este livro.
A luz é uma esperança, mas é preciso saber lidar com a tempestade das nossas angústias, das nossas emoções, de todas as rejeições e aflições…
Não é tarefa fácil, mas descobrir como controlar a tempestade em nós talvez seja mais fácil do que descobrir como controlar os lobos!
Grata por tamanha pujança!