Meu filho autista, Louis Felipe e eu estivemos palestrando no Fórum Social Mundial 2018, em Porto Alegre/RS.
Foi um longo trabalho para que ele vencesse o pânico em frente a muitas pessoas. Horas de conversa, de estímulo, de confiança de que iria conseguir. Assim foi tudo em nossa vida. Acreditar, dar ânimo para tentar sempre – pelo menos, e estar próximo quando é possível.
Neste caso, o convite que recebemos foi para nós dois. E ele se saiu bem, mesmo com suas interferências típicas, conseguiu dar o seu recado a uma plateia de profissionais e mães de pessoas autistas.
Nosso tema foi as moradias, ambientes que meu filho já conheceu, onde muito aprendeu. Os problemas sempre serviram para que desenvolvesse cada dia mais sua independência e autocuidado, sempre tão difíceis.
Apesar de termos trocado muitas casas e termos nos cansado de procurar a adequada que pudéssemos pagar, sua distância de mim, sua mãe, foi muito importante tanto para o seu crescimento emocional quanto para se preparar para quando eu não estiver mais aqui. Os sentimentos com perdas e ganhos são importantes: fazem com que ele busque soluções de modo mais articulado e independente, divida suas ansiedades com outras pessoas. O importante é aprender a buscar.
O encontro foi organizado pelo Instituto Autismo e Vida/ Porto Alegre/RS.